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20 pinturas
recentes

MINAS CONTEMPORÂNEA GALERIA DE ARTE (GALERIA CELMA ALVIM)

De 08 a 11/03/2023

Rua Alagoas, 989/Lojas 13/14

Tel:  (31) 3261-5214

Cel: (31) 99986-6104

Sobre Pintura

             

   Pintura é arte de um homem maduro”, afirma um velho ditado chinês.

           

   É inegável que a maturidade capacita ao artista, além de conhecimento e experiência, principalmente o domínio da técnica e das artimanhas que o pintar exige. Mas não esqueço também o que disse Leonardo:

   "Pintar é uma coisa mental."

 

   O que se comprova facilmente na prática durante todo o processo de construção de uma imagem na tela. É quando se torna necessário manter a mente ativada seja na escolha do tema, no desenho das formas, no arranjo da composição, na definição das cores e seus matizes, na harmonização das tonalidades ou, até mesmo, em algum desajuste proposital quando se deseja relevar um detalhe especial. Necessário se ficar atento também à percepção de enganos que, a própria mente, pode nos incitar.

 

   “Pintar es poner tintas

   Como diriam os mestres espanhóis se referindo ao esforço físico/emocional daquilo que chamo de “construção da cor”. 

 

   É um trabalho de procura, através de várias e sucessivas camadas, velaturas e demãos para alcançar a harmonização ideal. E é também, neste labor de “poner tintas”, quando, segundo Picasso, a inspiração aparece. Mais precisamente assim o disse:

 

   “A inspiração existe mas é preciso que ela te pegue trabalhando.

 

   Estas afirmações me envolvem enquanto inicio estas linhas na tentativa de mapear e conceituar minha atividade com os pincéis. Todas as vezes que me vejo diante da tela branca trago comigo estas afirmações, este “sentimento do mundo” - como diria Drumond de Andrade - e o questionamento primal:

 

   “O que gravar aqui que realmente será importante e contribuirá com o Rio da Arte?

 

   Este procedimento, aparentemente tão simples e que prevalece desde as paredes das cavernas, ainda é uma forma pulsante e determinadora para o registro e a revelação de uma iconografia do invisível. 

 

   Aquele momento em que as imagens, inicialmente em formas primárias, as quais chamo de “monstros”, se projetam da alma e mente do artista pelas suas mãos sobre o suporte (no caso a superfície da tela), constitue um gesto de percepção e sabedoria; um acontecimento mágico cujo estranhamento pode nos abrir uma janela ao desconhecido, ao invisível inalcançável.

 

   Esta seleção de 20 telas recentes, agora apresentadas, trazem em seu princípio e execução, estas afirmações/pensamentos acima descritos e buscam, dentro das suas possibilidades, manter vivo o curso da tradição legada pelos mestres que nos antecederam e, quem sabe, transportá-la até os próximos que nos sucederão.

 

Que eu possa cumprir um pouco disso.

 

Paulo Laender

Fevereiro/Março de 2023.

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